Nada melhor que uma imagem para acompanhar qualquer explicação. Mas uma imagem ou sucessão delas só diz o que nós queremos que ela diga. Salazar difundiu algumas imagens de brancos degolados em Angola para justificar a guerra colonial. Os soldados trouxeram de lá fotografias de pretos sujeitos a toda a espécie de violência arbitrária, para se rirem do mal feito. A imagem aparece como um apelo ou como o comprovativo de uma visão particular de justiça.
A imagem quando adequada àquilo que se quer provar tem um efeito multiplicador na criação do estado de alma pretendido para uma melhor aceitação da tese em causa. Este efeito pode ser usado em sentido positivo, em relação aos interesses da sociedade, como seja a difusão de imagens brutais para exemplificar o abuso da velocidade e levar as pessoas a pensar duas vezes, quando têm ganas de meter o prego a fundo.
Mas, mesmo belas, as imagens como as de uma corrida de carros podem ser usadas com o fito de atingir algum fim menos legitimo do ponto de vista social. Nesta linha se apresenta o Sr. Presidente da Republica ao querer que à pretendente a uma I.V.G. se mostre uma ecografia do feto antes de qualquer decisão. Não me parece que este facto fosse alterar o seu estado de alma, mas parece nitidamente abusiva esta postura justiceira.
Cavaco Silva quer que, à falta de argumentos racionais, se avance no sentido de violar a consciência individual, se entre pelo lado emotivo, se use a chantagem emocional, invocando uma pretensa superioridade moral, intelectual ou que seja no simples domínio duma maior experiência, que está longe de estar provada. Quer que se inquira do motivo pelo qual alguém pretende interromper a gravidez é quase querer saber como ela teve origem.
O abuso vai ao ponto de se querer que o chamado progenitor masculino também deve poder estar presente na consulta obrigatória e no acompanhamento psicológico. Esta é uma velha pretensão de quem julga que nestas coisas o homem sempre será mais sugestionável. Mas o que é que o homem tem a ver com isto? Há outras ocasiões para o homem assumir as suas responsabilidades. Neste momento a responsabilidade já é só da mulher e o homem só terá alguma a partir daí se a mulher o consentir.
À força da teimosia das forças de direita, Cavaco Silva quer ver aconselhamento onde a Lei diz informação. O seu desplante vai ao ponto de querer garantir a imparcialidade e isenção dos médicos e outros profissionais que façam o “acompanhamento” e contra todas as evidências dizer que “a invocação da objecção à prática do I.V.G. não constitui motivo para a desqualificações desses médicos”. Só por milagre haveria neles isenção.
Cavaco Silva não teve coragem de vetar, esforçou-se por inventar artifícios, mas pelas objecções presentes só encontra aliados no C.D.S. E neste só Ribeiro e Castro defende causas ainda mais perdidas. Inteligentemente Paulo Portas diz que esta batalha já era, que, se o C.D.S. não arranja causas melhores, está de todo tramado.
A imagem quando adequada àquilo que se quer provar tem um efeito multiplicador na criação do estado de alma pretendido para uma melhor aceitação da tese em causa. Este efeito pode ser usado em sentido positivo, em relação aos interesses da sociedade, como seja a difusão de imagens brutais para exemplificar o abuso da velocidade e levar as pessoas a pensar duas vezes, quando têm ganas de meter o prego a fundo.
Mas, mesmo belas, as imagens como as de uma corrida de carros podem ser usadas com o fito de atingir algum fim menos legitimo do ponto de vista social. Nesta linha se apresenta o Sr. Presidente da Republica ao querer que à pretendente a uma I.V.G. se mostre uma ecografia do feto antes de qualquer decisão. Não me parece que este facto fosse alterar o seu estado de alma, mas parece nitidamente abusiva esta postura justiceira.
Cavaco Silva quer que, à falta de argumentos racionais, se avance no sentido de violar a consciência individual, se entre pelo lado emotivo, se use a chantagem emocional, invocando uma pretensa superioridade moral, intelectual ou que seja no simples domínio duma maior experiência, que está longe de estar provada. Quer que se inquira do motivo pelo qual alguém pretende interromper a gravidez é quase querer saber como ela teve origem.
O abuso vai ao ponto de se querer que o chamado progenitor masculino também deve poder estar presente na consulta obrigatória e no acompanhamento psicológico. Esta é uma velha pretensão de quem julga que nestas coisas o homem sempre será mais sugestionável. Mas o que é que o homem tem a ver com isto? Há outras ocasiões para o homem assumir as suas responsabilidades. Neste momento a responsabilidade já é só da mulher e o homem só terá alguma a partir daí se a mulher o consentir.
À força da teimosia das forças de direita, Cavaco Silva quer ver aconselhamento onde a Lei diz informação. O seu desplante vai ao ponto de querer garantir a imparcialidade e isenção dos médicos e outros profissionais que façam o “acompanhamento” e contra todas as evidências dizer que “a invocação da objecção à prática do I.V.G. não constitui motivo para a desqualificações desses médicos”. Só por milagre haveria neles isenção.
Cavaco Silva não teve coragem de vetar, esforçou-se por inventar artifícios, mas pelas objecções presentes só encontra aliados no C.D.S. E neste só Ribeiro e Castro defende causas ainda mais perdidas. Inteligentemente Paulo Portas diz que esta batalha já era, que, se o C.D.S. não arranja causas melhores, está de todo tramado.
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