05 março 2009

Um louvor à política e a quem a exerce com dignidade

A Politica é uma das actividades mais nobres, mas que se deve exercer sob o máximo escrutínio popular. Só assim não pensa quem se quer substituir a todos os outros e queira exercer o poder com base num grupo restrito de correligionários.
Muitos dos economicamente poderosos clamam contra os políticos quando acham a sua actuação pouco defensora dos seus interesses e atrevem-se mesmo a dizer que, sendo eles que lhes pagam, pelo menos que mais contribuem, têm o direito de despedi-los quando quiserem.
Por outro lado os economicamente débeis clamam exactamente pelos mesmos motivos, vistos do seu próprio prisma, por não serem suficientemente defendidos da voracidade do capital.
Todos os políticos desagradam a alguém, mas quanto mais se procuram colocar ao centro, quanto mais tentam conciliar os interesses de todos, mais se sujeitam ao fogo cruzado, à convergência de todas as oposições.
Os políticos moderados são os mais humilhados por arrivistas de todos os matizes. Os políticos com mais sucesso são os mais conflituosos. Mas uns e outros, sujeitando-se aos ditames da democracia, exercem a sua actividade no convencimento de que estão a defender a melhor solução, mesmo que temporária, para o seu País.
O Cardeal Saraiva foi um político moderado, conciliador, que procurou que a monarquia liberal da primeira metade do século dezanove se conseguisse impor como a melhor solução para Portugal naquela época.
A cerimónia de inauguração da sua estátua em Ponte de Lima integrou uma palestra do Prof. Oliveira Ramos e intervenções do Presidente da Assembleia da Republica, Jaime Gama e do Presidente da Câmara de Ponte de Lima, Daniel Campelo. Foram três elogios ao homem, mas também afirmações claras de louvor à política e aos políticos que melhor a encarnam.
Muitos dos assistentes não terão gostado, em especial os que lá estavam e participaram na apresentação no sábado anterior do livro da Figuras Limianas da Terra Rica da Humanidade.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana