12 março 2009

Dinheiro, riqueza e capital

O que esta crise veio mostrar é que, tão mau como não haver dinheiro para investir, é haver dinheiro em excesso e a possibilidade de o investir em produtos de base duvidosa.
As Instituições Financeiras, em vez de procurarem investimentos directamente na produção, dedicaram-se a investir ou canalizar o investimento dos seus clientes para aplicações financeiras directamente associadas à especulação.
O dinheiro existe e está em mãos seguras, de quem o amealhou à custa da especulação ou doutro qualquer sistema, mas que se soube ou teve a sorte de se acautelar em devido tempo. Os felizardos são aqueles que não necessitam de obter liquidez à custa de outros bens de que sejam possuidores. Estes bens é que no geral desvalorizaram, sejam imóveis, sejam negócios, sejam acções.
A riqueza representada por bens não monetários está também em fundos e aplicações impessoais, normalmente com falta de liquidez, geridas por critérios que perante a especulação se revelam impotentes pela falta de maleabilidade. E, quanta mais pressão sobre eles fazem os seus próprios detentores, mais eles se afundam.
Há uma excessiva acumulação de capital, não só em mãos de algumas pessoas muito ricas, como nestas aplicações, sejam elas ou não destinadas a pagar pensões no futuro. Mas todo esse capital não é mais que uma virtualidade a que só o trabalho dará real substância. Esta a razão porque o nosso sistema de segurança social, assente no fruto directo do trabalho dos vindouros, é o mais seguro do mundo.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana