24 março 2009

Esta carta anónima, recebida ontem, dá uma imagem precisa do carácter de quem a escreveu. Professor de trabalhos manuais ou oficinais que, como deixa entender, fez o secundário quando um grupo de professores primários que necessitavam do 11º ano para progredir na carreira conseguiu que se desse início ao ensino nocturno em Ponte de Lima. E este meu velho "amigo" aproveitou como eu, tivesse ou não aproveitado a embalagem ou tivesse contribuído para o arranque. Hoje é mestre, não de trabalhos como antigamente o chamavam, mas mestre por uma qualquer universidade que passa certidões mas não verifica o carácter de quem as recebe. Activista anti ministra por lhe terem tocada na dignidade de professor que não está para se sujeitar à avaliação de ninguém, não tem qualquer noção do seu valor, da pequenez do seu contributo para a humanidade, copista de outros mestres, reprodutor de uma sabedoria que perde qualidade ao ser por ele intermediada. Representante de uma indignidade colectiva cobarde, de quem quer ter razão a qualquer preço, quando os verdadeiros motivos da sua atitude são o dinheiro, as regalias desmedidas de que usufrui uma classe que já foi paradigma e que hoje é rejeitada tal como se apresenta .

2 comentários:

Jonas disse...

Eis o secular espírito limianusco, no seu melhor.

Unknown disse...

Acho que por parte dos professores existe uma grande arrogância ao pensarem que neste país não tem de prestar contas a nada nem a ninguém. Realmente a classe perdeu muito nos últimos tempos e vivem sempre com o rei na barriga. Na minha actividade profissional sou avaliado todos os dias, meses e anos. Tenho que mostrar que continuo actualizado, competente e competitivo... E pensar que são estes que ensinam as gerações futuras...

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana