20 março 2009

Os slogans que sobram, o Slogan que falta

Esta da “Vila mais antiga de Portugal” até andava um pouco esquecida. Afinal isso não é nada que se veja, não acrescenta nada ao que já existe, é um slogan que, por mais razoável que seja, não deixa de ser inócuo.
Há slogans mais sonantes, como aqueles que nos falam do mais elementar que é darmos alimento ao nosso corpo. Capital do Vinho Verde ou Pátria do Sarrabulho são títulos que, se reconhecidos, valem realmente algo. No entanto é abusivo assumi-los sem que a respectiva qualidade seja inigualável, intocável.
Em relação ao vinho não há dúvida que a nossa Adega Cooperativa foi pioneira e manteve durante muitos anos um nome reconhecido. Só que a partir de 1997 deitou tudo a perder e não está a ser fácil recuperar o tempo perdido. Já quanto ao Sarrabulho parece estar a haver um aproveitamento com propósitos variados que só lançam a confusão e novos protagonistas para um cenário a precisar de clareza. É Sarrabulhada a mais.
Mas não têm faltado os slogans propagandísticos de duvidosa eficácia e veracidade. Desde “Ponte de Lima a terra mais florida” a “Ponte de Lima a terra mais limpa” e acabando na “Terra Rica da Humanidade”, mas passando por outros que o tempo fez esquecer, tem sido um chuveirinho de slogans cujo efeito, pela abundância, pode ser perfeitamente pernicioso.
Basta desta proliferação de slogans. Se uma terra for conhecida por um slogan bem identificativo, incontestado já chega. Isto de querer açambarcar tudo só pode passar junto dos néscios e hipócritas, que não sabem a cara que fazem perante quem vê estas coisas com seriedade.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana