Acho que, em termos políticos, isto da aliança Povo/MFA veio baralhar a velha questão das classes e suas alianças, veio estragar todo o discurso político anterior. Havia antes algumas forças de esquerda que falavam dos soldados e marinheiros como bons aliados para o proletariado, mas, quando muito, só iam até aos desgraçados dos sargentos que, na realidade, em condição se não distanciavam muito dos primeiros. Não havia oficiais na aliança, senão excepcionalmente.
Mas a força dominante à esquerda, o PC, instituiu na sua doutrina, pela pena do ABC, a aliança dos proletários com o pequeno campesinato e a pequena intelectualidade. Era essa a bissectriz da divisão de classes e só por via dos intelectuais se admitia uma penetração nas classes possidentes. Com o 25 de Abril também o PC cedeu à promiscuidade das alianças.
O mundo como era dividido antes tinha uma certa lógica, entretanto já tornada irracional na URSS e noutros países, mas que no mundo ocidental e com mais razão no Portugal Amordaçado, teve bastante aceitação, mesmo para além da queda do muro de Berlim. E não é de forma imediata que se substitui a luta de classes por uma qualquer outra forma de lutar contra a desigualdade, a injustiça e mesmo a iniquidade.
Para muitos ainda continua a existir no seu esquema mental lugar para colocar as pessoas devidamente enquadradas em grupos de interesse, vulgo, classes sociais. E na realidade todos nós nos sentimos como pertencendo a um colectivo mais vasto, intermédio entre nós e o Povo, mesmo quando nos sentimos em claro desacordo com a maioria dessa classe ou grupo social.
É ver quando um governo põe em causa os interesses de um grupo como todos correm a colocarem-se debaixo de uma cobertura qualquer, nem que seja um sindicato do mal. A falsa solidariedade existente entre os sindicatos é um dos motivos mais fortes do descrédito do sindicalismo, da luta de classes, da divisão política entre esquerda/direita.
Mas a força dominante à esquerda, o PC, instituiu na sua doutrina, pela pena do ABC, a aliança dos proletários com o pequeno campesinato e a pequena intelectualidade. Era essa a bissectriz da divisão de classes e só por via dos intelectuais se admitia uma penetração nas classes possidentes. Com o 25 de Abril também o PC cedeu à promiscuidade das alianças.
O mundo como era dividido antes tinha uma certa lógica, entretanto já tornada irracional na URSS e noutros países, mas que no mundo ocidental e com mais razão no Portugal Amordaçado, teve bastante aceitação, mesmo para além da queda do muro de Berlim. E não é de forma imediata que se substitui a luta de classes por uma qualquer outra forma de lutar contra a desigualdade, a injustiça e mesmo a iniquidade.
Para muitos ainda continua a existir no seu esquema mental lugar para colocar as pessoas devidamente enquadradas em grupos de interesse, vulgo, classes sociais. E na realidade todos nós nos sentimos como pertencendo a um colectivo mais vasto, intermédio entre nós e o Povo, mesmo quando nos sentimos em claro desacordo com a maioria dessa classe ou grupo social.
É ver quando um governo põe em causa os interesses de um grupo como todos correm a colocarem-se debaixo de uma cobertura qualquer, nem que seja um sindicato do mal. A falsa solidariedade existente entre os sindicatos é um dos motivos mais fortes do descrédito do sindicalismo, da luta de classes, da divisão política entre esquerda/direita.
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