03 janeiro 2010

Para Cavaco tudo se resolve no micro

Prosseguindo a sua cultura do cinismo Cavaco fez um discurso teatral no primeiro dia do ano que não augura nada de bom. Os alertas para uma situação explosiva não tem suficiente sustentação nos problemas enunciados e pretensos apelos a um maior intervencionismo da sua parte não se sabe se partirão de indivíduos da estirpe de Dias Loureiro e outros conselheiros.
É um discurso do tipo daquele fulano que, tremendo-lhe as pernas de medo, se vira para os seus amigos e diz: Agarrem-me senão eu mato-o. Farta-se de detectar problemas que todos conhecemos até parece querer dar a ideia que os resolveria a todos num ápice. Alerta para as intervenções que a Comunidade Europeia, agora que aderimos ao Euro, está sempre pronta a fazer cá na gestão das nossas coisas.
Vergonhas passaremos muitas ainda, mas faltará coragem a quem queira fazer intervenções drásticas na nossa economia. Viver acima das nossas possibilidades já é crónico. Mas Cavaco não teve uma palavra para a desigualdade social, nem para o escândalo das suas pensões de reformas e da necessidade de moralizar os vencimentos e mordomias de gestores de várias instituições públicas e privadas.
Cavaco nunca teve um projecto para o País, é um político casualíssimo, já se sabe o que ele defende depois dos problemas surgirem. Nada há nele de improvável e talvez tenha sido essa qualidade que o levou à Presidência. Agora temos de o aturar. Mas quem o chamou que lhe pague. O governo não tem que se submeter à vontade de quem, parece que para resolver todos os problemas, só tem uma solução.
Este homem não vende ilusões nem esconde a realidade, parece que anda aí alguém a fazê-lo. Por isso fala de propaganda, fala de desperdício, como se ele e os seus fossem exemplo de moderação e contenção. Ataca o investimento público parecendo querer apostar tudo no apoio às micro, pequenas e médias empresas. É o discurso de Ferreira Leite., está tudo dito, estamos feitos.

1 comentário:

Carlos Pinheiro disse...

Pois. Mas o governo não se pode queixar. Se não tivesse feito aquela maldade ao Marocas, tinhamos o Alegre em Presidente, não sei se melhor se pior que Cavaco, mas o homem de Boliqueime tina que se governar só com as suas três pensões mais o resultado do negócio daquelas acções que fora boas à farta.

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana