29 janeiro 2010

Mandem à Madeira gente decente

Cada barão socialista, aureolado por vinte ou trinta anos de cartão respectivo, eventualmente com mais uns anos de militância juvenil num partido esquerdista, com décadas de acento nos cadeirões do poder, quando vai à Madeira deixa-se deslumbrar com a bonita paisagem e desfaz-se em elogios a esse dinossauro que domina aquela ilha como alguém a quem é necessário pagar um tributo para não nos incomodar mais.
O João gasta na Madeira mais 300 milhões do que é gasto nos Açores em despesas correntes, não faz mal, pensam aqueles que o apoiam. De há pouco mais de dez anos já acumulou uma dívida de 1.200 milhões tanto faz. Ele agora só queria mais uns 80 milhões, mais uns retroactivos, é uma migalha no bolo geral.
O Alto Minho tem a dimensão da Madeira e não recebe nada que se parece com as verbas transferidas para esta. Que seria do Alto Minho se cá tivesse sido investido pelo Estado o mesmo dinheiro que foi lá investido? Haveria decerto mais gente dependente do orçamento de Estado, mas desde que não fossemos nós a pagar tudo estaria bem, dirão os mesmos.
Muitos dizem que a regionalização seria a solução para este tipo de questões. Na verdade não seria. Jamais conseguiríamos impor no continente regiões da dimensão da Madeira. Em cada região continental o efeito do centralismo também se iria verificar. Se o poder central não descentraliza, o regional terá um problema de afirmação a resolver e concentraria o poder numa outra base. O Alto Minho será sempre periférico.
O João move-se num mundo que o deixaram construir baseado em muito passado, algum pragmatismo, muita subserviência e pelo incremento de relações de dependência. Qual adversário que não ande precavido e se ponha a jeito é logo cilindrado pelo poder absoluto daquele régulo. Jaime Gama, Almeida Santos não têm qualquer solidariedade com quem lá luta pela liberdade, antes dão força a este energúmeno. O Partido Socialista tem que pensar em mandar à Madeira gente decente que ainda tem.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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