18 janeiro 2010

O congresso do P.S.D. verá renascer Santana Lopes?

O P.S.D. é um partido que se não sente bem fora do poder. E, como ressalta à vista de todos, com a forma directa de eleger o líder acentua-se a formação de grupos e a expressão pública e permanente das suas divergências. O carácter federador dos grandes partidos não se coaduna bem com a ausência da discussão interna de ideias e projectos.
A discussão que é feita na praça pública pode dar para determinar qual a pessoa que melhor passa, mas não permite que se coloquem questões importantes para o partido, que muitas vezes não são as que estão na agenda mediática. Para este efeito cada partido terá que criar uma agenda própria. A discussão virada para o público tende a desviar-se para questões que salientam as diferenças e desvalorizam as convergências.
Numa discussão interna os membros do partido são levados a valorizar os esforços de compatibilização, convergência e mesmo assimilação, que naquela discussão virada para o exterior são relegados para mais tarde e depois podem vir a não ocorrer. O congresso que é convocado para empossar o líder é destinado à apoteose e não àquele tipo de esforços. Serve para esconder as diferenças, não para as minimizar.
Discutidas ideias e projectos há uma melhor escolha do líder. Em certos momentos é realmente mais fácil começar pelo fim. Mas essa facilidade pagar-se-á cara mais tarde. Por isso poder-se-á discutir o tempo em que um congresso deve ser feito, a sua conveniência em determinado momento, mas é lá e não na praça pública que os conflitos internos, porque é disso que verdadeiramente se trata no P.S.D., podem ser dirimidos.
Como partido de poder, no poder as divergências diluem-se. Santana Lopes foi o único que teve uma forte contestação no poder. Precipitou-se e trocaram-lhe os passos, estatelou-se, caiu. Houve forças suficientes para alterarem o passo ao P.S.D., para não o deixarem assumir plenamente o ritmo que Santana Lopes tinha para lhe imprimir. Faltou-lhe o congresso federador. Ainda irá a tempo?

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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