07 janeiro 2010

Não se afasta um político de boa estirpe de maneira insidiosa

O falhanço dos líderes que lhe sucederam provou que Santana Lopes era o líder natural do P.S.D. Só que quando chegou o seu momento de ascender ao poder caíram em cima de si todos os pesos pesados do seu próprio partido, a começar por Cavaco Silva, Ferreira Leite, Marques Mendes e outros adeptos da verdade, mas a quem falta uma série de qualidades a começar pela lealdade.
Santana Lopes e José Sócrates foram os homens que tornaram a televisão um espaço de discussão da política, do que beneficiaram todos, mas que foi aproveitado por alguns demagogos para levar a política para o achincalhamento, a ofensa pessoal, a lavagem de roupa suja. Porém o facto da imprensa em geral ser deficitária levou a que cada vez mais esta fosse mais manipulada no sentido de dar rendimento doutro tipo.
Hoje o que tem mais sucesso na televisão são as caricaturas. Não se fala das pessoas tais quais elas foram nas suas circunstâncias e são perante tantas adversidades. Fala-se daqueles que para Cavaco são os seus inimigos, daqueles que Ferreira Leite gostava que não existissem, fala-se daquilo que eles são para esses outros, mas não deles mesmos.
A imprensa tem dessas coisas. A imprensa entende que não existe para glorificar figuras e o pecado capital destes dois protagonistas principais dos últimos anos da nossa política é o de terem centralizado em demasia o mundo neles mesmo. Simplesmente são eles que personificam hoje as qualidades e as virtualidades do P.S. e do P.S.D. Não quer dizer que não hajam outros valores, mas não despontam suficientemente e para já são estes que ainda encarnam o que há de mais genuíno nos respectivos partidos.
Não falta quem veja a morte política de qualquer um deles no dia seguinte. Temos imensa gente insignificante a, na sua ânsia de poder, mesmo que fictício, os veja definitivamente arrumados à primeira dificuldade. Porém não só Sócrates, mas também Santana, aí estarão a dar a sua colaboração para a decisão sobre o nosso futuro.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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