16 dezembro 2009

A importância da transmissão do conhecimento

Uma questão que se coloca muitas vezes é de saber o que é mais importante, se ter conhecimento, se ter capacidade de o transmitir. Num professor é evidente que, além de saber, tem que saber transmitir esse saber. Já agora um professor tem que o fazer tendo em conta o nível de conhecimento dos que são seus alunos. Quer dizer que para o aluno também é importante a capacidade de transmitir o saber. No entanto para a pessoa comum não será mais importante o saber puro e simples?
Antes de mais desfaça-se o equívoco que consiste em o aluno ser tratado como um potencial professor, isto é, a maneira de se lhe explicar e de ele explicar uma questão ter que ser adequada para um nível de conhecimento inferior ao seu. Pelo contrário, o aluno tem que colocar a questão ao nível do seu próprio conhecimento. Se este é pelo menos o adequado ao seu estatuto deve ser entendido por quem tem mais conhecimento.
Eventualmente quem estiver a ser preparado para exercer a função de professor necessitará de colocar a questão do modo atrás rejeitado. Mas isso constitui uma mal do nosso ensino em geral, aí reside o seu carácter reprodutor, o facto de o professor estar a ver no aluno um candidato a ser professor como ele e não uma pessoa a preparar para o exercício de muitas e variadas outras profissões.
O essencial é o saber. Sem este não há nada a fazer. Mas o aluno não pode adquirir um saber clandestino, intransmissível a outros. Este ponto de vista é do agrado dos que querem o exclusivo da cátedra e dos cábulas, dos que se marimbam para o que estão a fazer. Afinal aqueles podem construir um mundo aparte e estes acabam por se desenrascar onde todos têm dificuldades em transmitir. Se não houver outra forma de aferição do conhecimento senão por um teste e se este for copiado por quem saiba, o ignorante passará sem que haja sequer surpresa.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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