Após o 25 de Abril de 1974 instituiu-se a renúncia como a primeira atitude a promover, a incentivar. A renúncia a desempenhar um papel activo na descolonização foi talvez a que teve mais implicações. Num mundo bipolar, Cunhal e o movimento comunistas não atribuíam a Portugal qualquer papel nas colónias. Cunhal sonhava só com este quinhão atlântico.
Na Rússia de 1917 houve a conversão rápida de um exército imperial num exército revolucionário, proporcionada pela paz com a Alemanha. No Portugal de 1974 o teatro de guerra estava longe do velho torrão pátria, não era fácil uma intervenção directa no exército, haveria tão só de promover a renúncia a um papel para o qual não tínhamos capacidade.
Cada colónia portuguesa se desenrascou como pode. Aquela mais rica, com forças mais ambiciosas nela interessadas foi entregue aos cubanos desempregados. Cunhal não reservou para os seus conterrâneos um papel fora das nossas fronteiras e ainda hoje assim é. Mas o facto de ter anarquizado o exército devido à descolonização que patrocinou levou a não tivesse exército a que recorrer quando quis fazer a revolução, a 25 de Novembro de 1975.
O pouco exército que resistiu permaneceu fiel às intenções mais genuinamente democráticas do 25 de Abril. Alguns espíritos não resistiram ao ritmo imposto à revolução, recuaram e avançaram fora de tempo, só porque imaginaram uma revolução que não fosse contaminada pelo carácter soviético preponderante na esquerda lusitana. Otelo, por exemplo, teve comportamentos de uma disparidade absoluta.
Na Rússia de 1917 houve a conversão rápida de um exército imperial num exército revolucionário, proporcionada pela paz com a Alemanha. No Portugal de 1974 o teatro de guerra estava longe do velho torrão pátria, não era fácil uma intervenção directa no exército, haveria tão só de promover a renúncia a um papel para o qual não tínhamos capacidade.
Cada colónia portuguesa se desenrascou como pode. Aquela mais rica, com forças mais ambiciosas nela interessadas foi entregue aos cubanos desempregados. Cunhal não reservou para os seus conterrâneos um papel fora das nossas fronteiras e ainda hoje assim é. Mas o facto de ter anarquizado o exército devido à descolonização que patrocinou levou a não tivesse exército a que recorrer quando quis fazer a revolução, a 25 de Novembro de 1975.
O pouco exército que resistiu permaneceu fiel às intenções mais genuinamente democráticas do 25 de Abril. Alguns espíritos não resistiram ao ritmo imposto à revolução, recuaram e avançaram fora de tempo, só porque imaginaram uma revolução que não fosse contaminada pelo carácter soviético preponderante na esquerda lusitana. Otelo, por exemplo, teve comportamentos de uma disparidade absoluta.
O povo renunciou a muita intervenção, mas não renunciou à defesa de alguns princípios básicos. Quem no final perdeu foi quem muitas vezes pensou já ter obtido vitórias definitivas. Mas mesmo estes pensam ter ganho alguma coisa, não é despiciendo pensar que um dia se teve o poder na mão. A arrogância do esquerdismo actual provém desta época para muitos remota.
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