10 fevereiro 2010

Quem precisava da mordaça?

Quando a direita, e mesmo a extrema-esquerda, vem falar de mordaça na comunicação social fá-lo com uma desfaçatez incrível. A direita sempre dominou a imprensa, é proprietária da maioria dos seus orgãos. Ela manipula à descarada, exerce a influência que a sua posição lhe permite, mais aquela que ultrapassa o seu poder legítimo, já para não falar do legal. A extrema-esquerda tem sido beneficiada por uma questão de estratégia da direita, para exercer a efeito de tenaz sobre o partido socialista.
A direita faz o seu papel, a que ninguém de boa fé fará corresponder qualquer respeito pela ética, pela legitimidade, mesmo pela legalidade, quando isso defende os seus interesses. A extrema-esquerda poderá vir um dia a rever a sua posição, quando a direita estiver no poder. Se partirmos do princípio de que há princípios de esquerda, não será possível descortiná-los na actuação da extrema-esquerda. A sua incoerência é óbvia.
A arruaça que a direita promove mereceria, por uma questão de higiene mental, de uma mordaça e talvez embevecida em pimenta. Porém quando possível é melhor dar ao desprezo toda esta canalha traiçoeira e indigna. A esquerda não estará isenta de algumas culpas, mas não se pode querer que os seus membros sejam exemplos de virtudes porque à direita é que eles não existem. Mesmo comparativamente a esquerda não fica mal no retrato.
Mesmo assim quando a direita consegue que todos os holofotes se virem para a esquerda estamos mal. Quando os deputados do partido socialista se permitem permitir que um Nuno Melo qualquer monopolize a comissão de inquérito para o caso BPN na qual aquele quis que o polícia (Vítor Constâncio) fosse culpado de todos os crimes dos criminosos Dias Loureiro e Companhia. Felizmente que cá o fumo para confundir o caso produziu algum efeito, mas na Comunidade Vítor Constâncio não viu o seu prestígio afectado.
Quem precisava de mordaça era o Nuno Melo e o Rangel que só vomitam asco no Parlamento Europeu.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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