03 fevereiro 2010

A inabilidade da esquerda em fazer frente à direita

A direita está há séculos no poder. Dizem que o povo português vota à esquerda, mas a ideologia dominante é de direita. A esquerda continua a não saber construir o seu futuro. O falhanço do guterrismo e a nova configuração da esquerda que se foi afirmando levava a pressupor que uma nova esquerda viria aí para ajudar na rectificação do caminho que tinha sido adoptado. No entanto essa esquerda vai caindo nas armadilhas que a direita lhes vai pondo.
O sonho da direita é reduzir o P.S. ao nível dos partidos de extrema-esquerda. O sonho da extrema-esquerda é reduzir o P.S. à sua dimensão. O colocar em causa a liderança da esquerda não constitui qualquer problema para os extremistas. Assumem o papel de incentivar o povo à reclamação, mas com um discurso primário que o povo aceita, sem pensar, que isso só vai acontecer quando a crise for séria.
A direita sabe encaminhar a discussão para os assuntos que domina. Habitualmente nos momentos decisivos a esquerda claudica, desaparece, mergulha na sua própria inconsequência. O facto da extrema-esquerda ter tomado conta da palavra não garantiu resultados duradouros. A extrema-esquerda ainda se não apercebeu que percorre terreno minado e que os seus entusiasmos não contagiam, vão-se revelar passageiros.
Há na extrema-esquerda uma alucinação, uma ânsia de derrotar, de deitar abaixo, de humilhar quem se arroga ser de esquerda e não se enquadra nos seus cânones. O caminho da extrema-esquerda está cheio de cascas de banana que nem sempre ela consegue evitar. A extrema-esquerda faz muitas vezes favores à direita que esta nunca lhe faria.
A direita está preparada para gerir os seus desafios. A extrema-esquerda ainda não e pode deitar tudo a perder.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana