As análises académicas nem sempre dão boas receitas. A Academia ainda não abarca a essência do saber político. Faltam-lhe meios, vivência, proximidade. Mas, como políticos, os académicos devem pronunciar-se.
Vital Moreira deixou os livros e propôs um referendo sobre a nossa permanência/saída da Comunidade Europeia, à posteriori de uma aprovação parlamentar das alterações aos tratados. Quer que um tal referendo legitime tudo o que está feito a nível da construção europeia.
Como tivemos uma falta de comparência ao acto fundador, propôs a sua substituição por esta forma radical de o avalizarmos ou não: Ou tudo ou nada. Ou nos comprometemos definitivamente com a Europa ou abandonamos o barco. Tudo parece claro, mas o processo é enviesado.
Estaremos dispostos a pôr o problema em termos de escolha entre a estabilidade e o aventureirismo? Ou vamos tratar esta proposta como um simples exercício académico? Um voto positivo num referendo deste tipo seria decerto um marco importante no campo simbólico. Tudo depende do preço que estamos dispostos a pagar por este símbolo.
Pacheco Pereira pensa ser possível discutir as alterações sem tornar indiscutível o corpo institucional em que elas se fazem. Ele é pela bondade das instituições existentes, mas vê-a de um maneira tão redutora que também podia ser pela maldade. Parece que secretamente ambiciona ver tudo discutido de uma outra forma e fora do seu tempo.
Vital Moreira deixou os livros e propôs um referendo sobre a nossa permanência/saída da Comunidade Europeia, à posteriori de uma aprovação parlamentar das alterações aos tratados. Quer que um tal referendo legitime tudo o que está feito a nível da construção europeia.
Como tivemos uma falta de comparência ao acto fundador, propôs a sua substituição por esta forma radical de o avalizarmos ou não: Ou tudo ou nada. Ou nos comprometemos definitivamente com a Europa ou abandonamos o barco. Tudo parece claro, mas o processo é enviesado.
Estaremos dispostos a pôr o problema em termos de escolha entre a estabilidade e o aventureirismo? Ou vamos tratar esta proposta como um simples exercício académico? Um voto positivo num referendo deste tipo seria decerto um marco importante no campo simbólico. Tudo depende do preço que estamos dispostos a pagar por este símbolo.
Pacheco Pereira pensa ser possível discutir as alterações sem tornar indiscutível o corpo institucional em que elas se fazem. Ele é pela bondade das instituições existentes, mas vê-a de um maneira tão redutora que também podia ser pela maldade. Parece que secretamente ambiciona ver tudo discutido de uma outra forma e fora do seu tempo.
No seu afã de intelectual incontornável, detectou como Vital Moreira uma grave lacuna no nosso património simbólico e propõe o seu preenchimento através de um acto, depois de uma discussão aberta, que institucionalizaria o passado, embora lançando incertezas sobre o futuro. Implicitamente quem rejeita/aceita as alterações confirma o instituído.
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