28 outubro 2007

Que se cuidem os que subestimaram quem “andou por aí”

Sem necessidade de recuar muito no tempo, chegamos ao momento em que se tornou possível que a agricultura libertasse mão-de-obra que permitisse que o comércio, a indústria, os serviços trouxessem progresso à humanidade. Mas também que libertasse pessoas para a religião, a especulação, o ensino, a política e outras liberalidades.
Este conjunto de pessoas foi variando em quantidade e qualidade e nem sempre a qualidade dependeu da quantidade. A sua diferente ocupação na estrutura organizativa do Estado e a natureza deste também fazem variar o papel deste “escol” na vida em sociedade.
Também a prevalência dos diferentes grupos, religiosos, filósofos, políticos ou outros “libertos” mais ou menos intelectuais, andando mais ou menos por aí, é um factor importante na determinação do valor civilizacional de cada período histórico. Nem sempre se consegue que haja quem ande por aí.
Aquele que “anda por aí” não o consegue sem ter um pé dentro e outro fora da estrutura do Estado. Tem que ser político, mas ter algumas qualidades dos outros grupos intelectuais. Tem de ter tempo, não para o ocupar, não dá para brincar, mas para estar sempre em serviço e alerta. Mesmo na discoteca,
Quem “anda por aí” não pode envolver-se no quotidiano, tomar partido imediato, os seus amigos já estão feitos, o seu campo já está bem demarcado, a fronteira já está bem escudada. Tem que ter atenção aos traidores, aqueles que pensam um homem decapitado, como Santana Lopes.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana