A Assembleia de Freguesia de Ponte de Lima criou um grupo de reflexão para constatar aquilo que é óbvio: O comércio tradicional está, por efeito de múltiplos factores, numa crise profunda. Essencialmente porque a dinâmica comercial não acompanhou outras dinâmicas, como a da construção de casas, que ainda por cima tem um efeito nefasto ao promover a desertificação do Centro Histórico, e a construção de jardins, que desvia as atenções dos habitantes e das televisões.
Maior concentração da população à volta do Centro deveria significar o seu maior desenvolvimento mas isso só seria possível se o crescimento do aglomerado urbano tivesse sido planeado em termos de integração e complementaridade. Por sua vez os jardins servem de atractivo passageiro para pessoas que não vêm a Ponte de Lima com o intuito de comerciar.
No entanto no Centro Histórico, já não falo nos residentes mas naqueles que regularmente o frequentam, parece que todos esperam que as dinâmicas se invertam miraculosamente. A tendência é para piorar como bem se constata, pela diversidade de factores apontados e outros, de origem local e nacional, de comportamentos e preferências, de organização e de meios, de imobilismo e de resignação.
Neste sentido esta reflexão tem a sua razão de ser porque, se a tarefa é ciclópica, é necessário despertar pessoas e instituições, detectar constrangimentos, avaliar estrangulamentos, encontrar soluções. Convenhamos porém que esta reflexão não apresenta os melhores, os mais concretizáveis, equitativos e legais instrumentos.
Há um largo espectro de causas que foram identificadas, não suficientemente clarificadas quanto à origem, influência e irreversibilidade. Algumas até já serão intocáveis, inultrapassáveis, outras ainda podem ser tidas como condicionantes e inflectíveis, outras ainda até podem ser vistas como oportunidade para outros negócios. Mas acima de tudo algumas podem ter aqui um efeito nefasto e noutros aspectos benéfico e compensador. O mal de uns, não raro, é o bem de muitos outros.
Assim se definiria aquilo que é humanamente possível exigir aos poderes exteriores, ao poder local, às associações e aos parceiros comerciais, sendo que a estes cabe mais receberem preparação para o negócio mas talvez não conselhos para promoverem este ou aqueloutro tipo de comércio. A oportunidade, a iniciativa, o risco são da natureza de qualquer empreendimento.
O documento identifica cinco causas gerais: Globalização, crise nacional, endividamento familiar, mudança de hábito de consumo e atractividade das grandes superfícies. Causas que, pela sua natureza, têm um tempo desconhecido de gestação, de vida e morte e a que só nos resta adaptarmo-nos (esclareça-se que nos resignamos só para este fim).
Outra causa tem a ver com a política governamental: O alojamento de serviços públicos vem sendo feito ao inverso dos bancos e por falta de edifícios públicos no Centro, com a construção ou aluguer na periferia. A última causa referente à reduzida sensibilidade para a qualificação só pode ser vista como do âmbito do movimento associativo.
Restam onze causas atribuíveis, em graus diversos, ao poder local: Autorização de instalação de superfícies comerciais, política urbanística que permite comércio nas novas habitações, que cria novas centralidades e dificulta o acesso privado e de transportes públicos, o estacionamento, a degradação dos prédios, as rendas elevadas, a desertificação do Centro. Salienta-se o falhanço da reestruturação do Mercado e da animação.
Maior concentração da população à volta do Centro deveria significar o seu maior desenvolvimento mas isso só seria possível se o crescimento do aglomerado urbano tivesse sido planeado em termos de integração e complementaridade. Por sua vez os jardins servem de atractivo passageiro para pessoas que não vêm a Ponte de Lima com o intuito de comerciar.
No entanto no Centro Histórico, já não falo nos residentes mas naqueles que regularmente o frequentam, parece que todos esperam que as dinâmicas se invertam miraculosamente. A tendência é para piorar como bem se constata, pela diversidade de factores apontados e outros, de origem local e nacional, de comportamentos e preferências, de organização e de meios, de imobilismo e de resignação.
Neste sentido esta reflexão tem a sua razão de ser porque, se a tarefa é ciclópica, é necessário despertar pessoas e instituições, detectar constrangimentos, avaliar estrangulamentos, encontrar soluções. Convenhamos porém que esta reflexão não apresenta os melhores, os mais concretizáveis, equitativos e legais instrumentos.
Há um largo espectro de causas que foram identificadas, não suficientemente clarificadas quanto à origem, influência e irreversibilidade. Algumas até já serão intocáveis, inultrapassáveis, outras ainda podem ser tidas como condicionantes e inflectíveis, outras ainda até podem ser vistas como oportunidade para outros negócios. Mas acima de tudo algumas podem ter aqui um efeito nefasto e noutros aspectos benéfico e compensador. O mal de uns, não raro, é o bem de muitos outros.
Assim se definiria aquilo que é humanamente possível exigir aos poderes exteriores, ao poder local, às associações e aos parceiros comerciais, sendo que a estes cabe mais receberem preparação para o negócio mas talvez não conselhos para promoverem este ou aqueloutro tipo de comércio. A oportunidade, a iniciativa, o risco são da natureza de qualquer empreendimento.
O documento identifica cinco causas gerais: Globalização, crise nacional, endividamento familiar, mudança de hábito de consumo e atractividade das grandes superfícies. Causas que, pela sua natureza, têm um tempo desconhecido de gestação, de vida e morte e a que só nos resta adaptarmo-nos (esclareça-se que nos resignamos só para este fim).
Outra causa tem a ver com a política governamental: O alojamento de serviços públicos vem sendo feito ao inverso dos bancos e por falta de edifícios públicos no Centro, com a construção ou aluguer na periferia. A última causa referente à reduzida sensibilidade para a qualificação só pode ser vista como do âmbito do movimento associativo.
Restam onze causas atribuíveis, em graus diversos, ao poder local: Autorização de instalação de superfícies comerciais, política urbanística que permite comércio nas novas habitações, que cria novas centralidades e dificulta o acesso privado e de transportes públicos, o estacionamento, a degradação dos prédios, as rendas elevadas, a desertificação do Centro. Salienta-se o falhanço da reestruturação do Mercado e da animação.
(Continua)
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