Como é natural o salazarismo teve dias mais fáceis e outros mais difíceis. Se considerarmos que a sua existência decorreu durante quarenta e cinco anos, podemos dividi-la em três períodos de quinze anos e considerar que o seu período intermédio foi o mais difícil dos três.
Podemos dizer que no primeiro período houve uma certa aceitação devida a factores internos e externos, a rejeição foi mais acentuada após a derrota das ditaduras ocidentais na Segunda Guerra Mundial e a manutenção de Portugal à margem do movimento de democracia e progresso que se desenvolveu na Europa com o apoio do plano Marshall.
Nos finais dos anos cinquenta a pressão interna era imensa para promover uma mudança e só o ambiente internacional de guerra-fria, a ausência de pressão externa que não fosse a que vinha do bloco de leste, levaram a que Salazar se aguentasse nesse balanço.
A guerra colonial e a emigração em especial para França tiveram o efeito perverso de constituírem os grandes escapes para a pressão social que se fazia sentir sobre o regime, mas que tardava a assumir um carácter político. O controlo sobre a Universidade seria uma das grandes armas de Salazar, porque lhe foi fácil utilizar a guerra para unir a população e o dinheiro dos emigrantes para criar algum desenvolvimento.
Foram tempos difíceis para a oposição ao regime, até porque dum lado e do outro, por conveniência do regime e das forças mais activas da oposição, se reduzia tudo a uma dicotomia entre salazarismo e comunismo. Quase não fazia sentido ser doutra oposição porque ninguém acreditava numa transição pacífica para a democracia.
Se não havia um apoio claro ao regime, havia uma aceitação implícita, um estado de apatia que levava os apoiantes declarados do regime a entenderem-se como pessoas respeitáveis, quando sabiam que o regime recorria a métodos desprezíveis. Essa apatia geral provocou um estado de suspeita doentio que ainda hoje existe.
Podemos dizer que no primeiro período houve uma certa aceitação devida a factores internos e externos, a rejeição foi mais acentuada após a derrota das ditaduras ocidentais na Segunda Guerra Mundial e a manutenção de Portugal à margem do movimento de democracia e progresso que se desenvolveu na Europa com o apoio do plano Marshall.
Nos finais dos anos cinquenta a pressão interna era imensa para promover uma mudança e só o ambiente internacional de guerra-fria, a ausência de pressão externa que não fosse a que vinha do bloco de leste, levaram a que Salazar se aguentasse nesse balanço.
A guerra colonial e a emigração em especial para França tiveram o efeito perverso de constituírem os grandes escapes para a pressão social que se fazia sentir sobre o regime, mas que tardava a assumir um carácter político. O controlo sobre a Universidade seria uma das grandes armas de Salazar, porque lhe foi fácil utilizar a guerra para unir a população e o dinheiro dos emigrantes para criar algum desenvolvimento.
Foram tempos difíceis para a oposição ao regime, até porque dum lado e do outro, por conveniência do regime e das forças mais activas da oposição, se reduzia tudo a uma dicotomia entre salazarismo e comunismo. Quase não fazia sentido ser doutra oposição porque ninguém acreditava numa transição pacífica para a democracia.
Se não havia um apoio claro ao regime, havia uma aceitação implícita, um estado de apatia que levava os apoiantes declarados do regime a entenderem-se como pessoas respeitáveis, quando sabiam que o regime recorria a métodos desprezíveis. Essa apatia geral provocou um estado de suspeita doentio que ainda hoje existe.
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