01 dezembro 2009

Um feriado tão importante e quase esquecido

Todos os factos tendem a ser esquecidos, a sua memória vai-se diluindo no tempo. Para um País são importantes os momentos fundadores ou, quando é o caso, os momentos refundadores. Mas é necessário reforçar o seu significado, não deixar passar a data sem uma celebração expressiva, chamar a atenção para os acontecimentos que lhe estiveram na origem.
O 1 de Dezembro repôs-nos na história, deixamos de ser conduzidos segundo os interesses da monarquia espanhola, passamos a ter de novo o direito a conduzirmos no melhor sentido este bocado da Europa, mas também a dar um destino próprio à rede de colónias, estabelecimentos de comércio e de defesa das rotas de navegação que possuíamos pelo mundo fora.
Uma análise imediata sobre o significado mais profundo desta data levar-nos-á a integrá-la dentro das datas de afirmação de Portugal, sempre apoiada pela força e determinação do Reino Unido. Havia sido assim na Guerra da Independência e assim haveria de ser nas invasões francesas e noutras ocasiões, algumas vezes também com a intenção de nos remeter para a posição subalterna que havíamos aceitado, como aconteceu com a imposição do Mapa Cor de Rosa.
O 1 de Dezembro só foi possível e foi motivado pela derrota da Armada Invencível. A nossa frota mergulhou junto com a espanhola, o que deu à entrega do domínio do mar ao Reino Unido. O Estado Espanhol acentuou o saque fiscal, o que indispôs os portugueses. Deixou de fazer sentido o facto de estarmos integrados num Reino em decadência.
A História seria outra se a Espanha não tivesse perdido a Armada Invencível e outras que se lhe seguiram, derrotados por tempestades em inglórias incursões contra os ingleses. A verdade é que a Espanha não esteve à altura quando todos os ventos lhe pareciam favoráveis e pagou por isso. A nossa restauração foi mais um passo no estabelecimento do domínio inglês sobre o mundo que subsistiu até pouco depois da Segunda Guerra Mundial.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana