31 dezembro 2009

Recuperemos a política e não os políticos

Para muitos a importância da política deriva tão só da proximidade de alguém com alguma influência que pode utilizar para arranjar empregos, favorecer negócios, facilitar contactos. Depois há aqueles que, independentemente desta proximidade e deste aproveitamento directo, pensam que a política é importante para obter os mesmos objectivos, mas de forma impessoal, generalizada em termos de condições de vida.
No entanto a politica é bem mais do que isto, porque só ela assegura uma organização social e permite lutar pela que esteja mais próxima dos nossos ideais. Em democracia é imprescindível que haja políticos, alguém de confiança que exerça o poder, interpretando a vontade da maioria e tendo em conta as objecções das minorias, interpretadas por outros políticos.
Há muitas razões para se desacreditar dos políticos, mas nunca podemos ceder ao descrédito que periodicamente se anuncia para a política. Políticos bons na oposição revelam-se catastróficos no governo e vice-versa. Políticos generosos revelam-se de uma ambição desmedida. Umas vezes somos a favor da destrinça entre qualidades pessoais e políticas, outras vezes confundimos tudo, misturados vícios privados e públicas virtudes.
Uns dos espectáculos mais tristes na política é o que nos proporcionam aqueles que conseguem transferências de um lado para o outro, seja após derrotas, seja como prémio após um ciclo vitorioso. A maioria dos casos deve-se a uma grande interferência do Estado na economia. Porém o mais degradante de tudo é o espectáculo daqueles que se querem manter na política pura e dura após derrotas sucessivas.
Todos devemos apostar na recuperação da política e nada temos a favor da recuperação dos políticos, antes pelos contrários. Políticos derrotados, cujas ideais, está comprovado, já não têm aceitação pública, deviam ter a verticalidade de se afastarem. Todos ganharíamos com isso, seria uma medida higiénica de grande alcance. UM NOVO ANO FELIZ cheio de política e em que os políticos sejam só o necessário adorno.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana