20 outubro 2008

Momentos da Crise (8)

O dinheiro não desaparece, anda por aí como o outro anda, mas o certo é que se instalou uma enorme ansiedade resultante do medo de ver irrecuperável o dinheiro que se deu por algum bem agora com menos valor ou até sem valor algum. Os negócios não se revertem.
Nos dias de hoje o problema extravasa muito o campo das Bolsas de Valores, embora sejam estas as primeiras a ser penalizadas, porque se presume que será nos negócios lá feitos que o dinheiro é arrebanhado. No entanto, se muito dinheiro sai pelas Bolsas, muito mais é hoje retirado das carteiras das pessoas, utilizando as Bolsas como pretexto.
Os Estados que têm capacidade para isso estão a dar uma almofada à Banca para que ela, nesta fase de desconfiança, mas também na próxima fase de renovação que se tem que seguir, possa fazer o dia a dia sem grandes problemas de liquidez. À medida que se vão arrebentando os balões com que a Banca encheu as suas contas, é necessário suster o seu impacto.
Os técnicos que forem encarregados pelos governos de estudar a reorganização de todo o sistema bancário têm, não só que arquitectar algo de seguro em termos de produtos e títulos passíveis de compra e negociação, como de assegurar uma transição sem grandes percalços.
Em relação a cada investimento feito tem que ser referidas todas as hipóteses de risco que ele pode comportar, incluindo os imponderáveis que a gente avisada sempre detectará aqui como em toda a actividade económica.
A verdade é que este edifício como está não tem salvação. Muita gente terá que “ir plantar batatas” e deixar de andar todos os dias de fato e gravata. A actividade financeira não pode dar de comer a tanta gente cuja actividade é tramar-nos.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

Acerca de mim

A minha foto
Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana