16 outubro 2008

Momentos da Crise (4)

Porque existe tanta volatilidade no mercado de capitais? Como se justifique que uma acção possa ter uma flutuação de valor a nível dos quatrocentos por centos? Os bens que as acções representam são assim tão pouco consistentes face ao valor da moeda que se mantém inalterável? Porque razão a crise actual atingiu o âmago do sistema capitalista?
Quando os próprios detentores de capital promovem a descida tão abrupta da capitalização bolsista, porque só eles têm os títulos para o fazer e o capital para o suster, tornando vulneráveis as empresas representadas, não as farão correr riscos desnecessariamente?
Uma das razões destes factos é a criação pelo sistema bancário de uma série de produtos intermédios de valor discutível que tem por objectivos dar aplicação à massa monetária disponível no mercado.
Outra das razões é que, porque se não querem sujeitar a correr demasiados riscos, os bancos intervêm nos vários níveis de investimento. Trocam participações e produtos, o que dificulta a destrinça de quem se sujeita a correr mais ou menos riscos. Quando caem são todos e só se levantam se for em conjunto.
Por último, dentro desta linha de razões, mas não a última, nem muito menos este grupo será o das mais importantes razões, temos as empresas do sector produtivo e comercial a investir fortemente no mercado financeiro na tentativa de aumentar os seus lucros.
Toda a liquidez que é obtida pelas empresas, e não se prevê ser necessária a curto prazo, é aplicada em produtos financeiros. Perante qualquer abalo no sistema, sendo necessário realizar liquidez, vêem-se perante prejuízos inesperados.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana