26 outubro 2008

Momentos da Crise (15)

As bolsas de valores têm mais detractores que apoiantes e numa primeira apreciação até parece que a razão deveria estar com os primeiros. Mas se nas sociedades em que o dinheiro só tem uma função como moeda de troca não há razão para a existência de bolsas, já quando o dinheiro tem uma função investidora há que assegurar a sua aplicação directa que não apenas em empréstimos à banca e a particulares.
No entanto esta facilidade de instantaneamente compramos e vendemos acções que são parte do capital de sociedades de maior ou menor dimensão, mas sempre significativas, converte uma entidade que é pressuposto ser sólida, ter sido construída com muito esforço e empenho de muita gente e à custa de muito capital, numa entidade vulnerável, sujeita à irracionalidade dos movimentos especulativos de euforia ou pânico.
Mesmo em período de acalmia custa a entender, a quem for estranho a este mundo mais virtual do que qualquer um que a Internet possa criar, que os dividendos pagos por uma empresa cotada na bolsa, que muitas vezes tanta falta lhe fariam para promover investimentos que a projectassem mais no futuro, sejam engolidos repentinamente por movimentos conduzidos por pressupostos desconhecidos.
Aquilo que representa o lucro de um ano de trabalho, que representa o esforço de muito gestor e empregado, pode ser posto em causa num só dia, nos dias de hoje apenas de um dia para outro, parece que após uma noite mal dormida por quem não sabe que fazer ao dinheiro. Como compreender a volatilidade das acções cotadas na bolsa?

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana