25 agosto 2009

O que sobejou da União Nacional está em Ponte de Lima

O espírito unionista preside à gestão municipal de Ponte de Lima há duas décadas com reforço nos últimos três mandatos. Na gestão do poder cabem alguns comunistas, vários socialistas e muitos sociais-democratas. Cada um dos partidos forneceu tropas segundo as suas forças e alguns transferiram-se de armas e bagagens. Mas no geral é gente incauta que serve de bandeira a um partido ultrapassado com que se não identificam.
Esta situação torna o combate político muito difícil porque não há uma ideologia que sustente o poder, há tão só uma estrutura que lhe dá apoio a troco de uma vantagem que normalmente o CDS nunca teria. Aos outros chamaríamos em situações normais de oportunistas. Aliás os genuínos CDS roem-se de inveja dos intrusos. Gaspar Martins transferiu-se do PS. Franclim Castro da esquerda folclórica, entre a rosa e a muralha d’aço. Na Assembleia os trânsfugas são maioritários.
Os arrivistas que exercem o poder integraram-se perfeitamente no espírito da União. No geral são os mais empenhados porque tem evidente conveniência no sucesso da sua causa. Vencido o escrúpulo, os arrivistas não sentem o ambiente asfixiante, antes se aplicam diligentemente na sua criação. Os métodos de sedução que usam são os mais diversos e adequados às pessoas em causa. Chibatam-se alguns rebeldes, deita-se-lhes algum desinfectante para que as feridas não infeccionem. Ainda por cima conseguem que eles digam que foram seduzidos à primeira!
Há imensa gente com a mania da perseguição mas muita mais que se sente perseguida. A questão é que esta gente se agacha facilmente perante uns tantos com ares de Maus. Mas na União há sempre alguém com ar de Bom, para que haja dentro do sistema a quem recorrer para criar a ideia de que tudo se resolve nele.
Até aqui o Mau era o Campelo e o Bom, enternecedor mesmo, era o Vítor Mendes. Será que querem agora que o Vítor Mendes se torne o Mau para que o Gaspar Martins seja o Bom. Se assim fora mereceriam uma medalha cada um. Mas o mais natural é que os papeis se mantenham, que o Vítor Mendes queira manter cara de bom rapaz e o Gaspar não se importe de carregar o sobrolho.
Com pretensões a cineasta será sempre Gaspar Martins a escolher os papéis. Os outros só servem para compor o cenário que é do seu agrado.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana