Não tinham nada senão a vida. Já não tinham terra que desse alimento para o seu sustento. Já não tinham floresta que desse combustível para cozinharem o pouco que conseguiam angariar. Já não tinham organização de Estado ou qualquer outra que o substituísse. Só tinham tido uma ditadura de décadas que aniquilou todas as linhas possíveis de desenvolvimento deste País a que se seguiu um regime sem força e inoperante.
O Haiti está agora à espera do apoio maciço de todo o mundo para ocorrer ao desastre que foi o terramoto do dia 12 passado. Pode ser a sorte para os que sobreviverem, depois da catástrofe para centenas de milhar de pessoas. Será uma sorte paga com muito sangue, mas não pode ser de outra forma. O mundo não pode abandonar outra vez aquele povo cuja capacidade de organização se vê quando o seu Presidente, por não ter onde dormir, vai para o estrangeiro e deixa o seu povo desamparado.
A ONU já se encontrava no Haiti para dar um pouco de consistência a um Estado totalmente desorganizado. Mas faltava-lhe tudo, a começar talvez pela auto-estima da gente do Haiti. Este País, maioritariamente constituído por indivíduos de raça negra, foi durante muitos anos um entreposto de escravos oriundos de Africa e cujo destino era os Estados Unidos.
No fundo quem lá ficou é porque não foi vendido como escravo e nos anos mais recentes não conseguiu emigrar para o grande vizinho do Norte. Retiraram-se milhões do seu ambiente natural em África para ficarem ancorados numa ilha perdida das Antilhas sem condições, sem meios, sem apoios. O desastre do Haiti já começou há muitos anos.
O Haiti, antes do terramoto, já estava no limite mínimo quanto às condições que oferecia aos seus habitantes. Hoje está abaixo de qualquer patamar de que se anteveja um saída desta catástrofe em termos minimamente satisfatórios e dignos no quadro da condição humana. O que está em causa no Haiti é toda uma civilização que, para ter o sucesso que teve noutras áreas, criou estas terríveis e inumanas reservas.
O Haiti está agora à espera do apoio maciço de todo o mundo para ocorrer ao desastre que foi o terramoto do dia 12 passado. Pode ser a sorte para os que sobreviverem, depois da catástrofe para centenas de milhar de pessoas. Será uma sorte paga com muito sangue, mas não pode ser de outra forma. O mundo não pode abandonar outra vez aquele povo cuja capacidade de organização se vê quando o seu Presidente, por não ter onde dormir, vai para o estrangeiro e deixa o seu povo desamparado.
A ONU já se encontrava no Haiti para dar um pouco de consistência a um Estado totalmente desorganizado. Mas faltava-lhe tudo, a começar talvez pela auto-estima da gente do Haiti. Este País, maioritariamente constituído por indivíduos de raça negra, foi durante muitos anos um entreposto de escravos oriundos de Africa e cujo destino era os Estados Unidos.
No fundo quem lá ficou é porque não foi vendido como escravo e nos anos mais recentes não conseguiu emigrar para o grande vizinho do Norte. Retiraram-se milhões do seu ambiente natural em África para ficarem ancorados numa ilha perdida das Antilhas sem condições, sem meios, sem apoios. O desastre do Haiti já começou há muitos anos.
O Haiti, antes do terramoto, já estava no limite mínimo quanto às condições que oferecia aos seus habitantes. Hoje está abaixo de qualquer patamar de que se anteveja um saída desta catástrofe em termos minimamente satisfatórios e dignos no quadro da condição humana. O que está em causa no Haiti é toda uma civilização que, para ter o sucesso que teve noutras áreas, criou estas terríveis e inumanas reservas.
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