Em tempos dizia-se que sem ricos não havia trabalho, muito menos emprego. Até há setenta anos atrás a indústria nacional proporcionava pouco emprego. Até ao fim dos anos cinquenta manteve-se incipiente e tal se deveu muito ao condicionamento industrial, ao controle que Salazar fazia da expansão dessa perigosa actividade, antro de comunistas e outros contestatários.
A maioria da população trabalhava então na agricultura. Com dificuldade conseguia sobreviver, o que deu origem a uma situação insuportável que o Bispo do Porto denunciou, referindo os fundilhos na roupa e as alpercatas nos pés dos trabalhadores, fizesse sol ou chuva. Era um País miserável.
Os pequenos artífices viam-se dependentes dos rendimentos dos outros trabalhadores, de que se destacavam os tão miseráveis agricultores. Ricos havia muito poucos. Nesse tempo os funcionários públicos tinham a sua principal vantagem em receber ordenados fixos, contrariamente ao resto da população dependente de tudo, a começar pelas condições naturais.
Muitos artífices limitavam-se a pequenas reparações, que trabalhos de alguma envergadura eram muito poucos. Pedreiros, carpinteiros, serralheiros, sapateiros, alfaiates, quase todos se limitavam a pôr remendos no pouco que já existia. Alguns agrários eram ainda mais sovinas que aqueles que tinham algum rendimento. Dar trabalho para eles só em última instância e se não conseguissem quem o fizesse por uma malga de caldo.
O comércio dependia de algum fundo de maneio que as pessoas conseguissem e da permissão de exercer a actividade, que na maioria estava sujeita a alvará. Entre os comerciantes encontravam-se alguns dos ricos, mas na verdade na altura não eram em muito quantidade. E raramente eram inovadores porque se limitavam a reinvestir na … agricultura. Era um círculo vicioso que perdurou durante décadas.
Na verdade parece que mantivemos esse velho hábito de querer manter uma actividade eternamente e, sacar rendimentos dela, sem reinvestir na sua melhoria ou na sua reconversão. Todos querem viver à grande e à francesa, sem pensar no futuro. Só que com esta crise o investimento directo tornou-se de novo difícil, mesmo havendo vontade. Há um bloqueamento na economia que lembra esses tempos antigos.
A maioria da população trabalhava então na agricultura. Com dificuldade conseguia sobreviver, o que deu origem a uma situação insuportável que o Bispo do Porto denunciou, referindo os fundilhos na roupa e as alpercatas nos pés dos trabalhadores, fizesse sol ou chuva. Era um País miserável.
Os pequenos artífices viam-se dependentes dos rendimentos dos outros trabalhadores, de que se destacavam os tão miseráveis agricultores. Ricos havia muito poucos. Nesse tempo os funcionários públicos tinham a sua principal vantagem em receber ordenados fixos, contrariamente ao resto da população dependente de tudo, a começar pelas condições naturais.
Muitos artífices limitavam-se a pequenas reparações, que trabalhos de alguma envergadura eram muito poucos. Pedreiros, carpinteiros, serralheiros, sapateiros, alfaiates, quase todos se limitavam a pôr remendos no pouco que já existia. Alguns agrários eram ainda mais sovinas que aqueles que tinham algum rendimento. Dar trabalho para eles só em última instância e se não conseguissem quem o fizesse por uma malga de caldo.
O comércio dependia de algum fundo de maneio que as pessoas conseguissem e da permissão de exercer a actividade, que na maioria estava sujeita a alvará. Entre os comerciantes encontravam-se alguns dos ricos, mas na verdade na altura não eram em muito quantidade. E raramente eram inovadores porque se limitavam a reinvestir na … agricultura. Era um círculo vicioso que perdurou durante décadas.
Na verdade parece que mantivemos esse velho hábito de querer manter uma actividade eternamente e, sacar rendimentos dela, sem reinvestir na sua melhoria ou na sua reconversão. Todos querem viver à grande e à francesa, sem pensar no futuro. Só que com esta crise o investimento directo tornou-se de novo difícil, mesmo havendo vontade. Há um bloqueamento na economia que lembra esses tempos antigos.
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