O Alto Minho está mudado em relação àquilo que conhecemos há uns cinquenta anos. Existia uma harmonia, artificiosa é certo, quem queria o progresso tinha que sair daqui. Quem cá ficava sujeitava-se a esta pasmaceira.
Nas nossas ignorâncias achávamos isto endémico, havia quem dissesse que esta paisagem exuberante de verde favorecia a melancolia prevalecente, que alimentava o espírito e tanto bastava.
Não sendo nostalgia o que sentimos, há aqui uma sensação de perda de algo que não foi substituído por outra coisa melhor, ou pelo menos substancialmente melhor. Terá sido esta perda inevitável e continuará? Infelizmente pensamos que sim, que a nossa decadência é inelutável.
Será de começar pela geografia física e humana para a justificar. O Alto Minho é um terreno acidentado, tem uma estrutura fundiária imprópria, um clima péssimo. As suas gentes são individualistas, extasiam-se com tudo o que vêm pelos seus olhos. Aqui parece que tudo sobra e na realidade tudo falta.
Durante séculos pensamos que tudo estaria bem se tivéssemos mais um metro de terra para trabalhar que o vizinho. A terra era boa, a água abundante, a natureza pródiga. Esta forma de felicidade está em definitivo terminada, que não há muito tempo assim era.
Mesmo quando tínhamos bastante mais que os outros, nunca foi suficiente, embora nos julgássemos ricos, que só o éramos à custa da pobreza extrema dos outros. Mas, maugrado muitas fomes havidas antes, o dramático a nível da manutenção desta vida rural terá começado nos últimos quarenta anos.
(Continua)
Nas nossas ignorâncias achávamos isto endémico, havia quem dissesse que esta paisagem exuberante de verde favorecia a melancolia prevalecente, que alimentava o espírito e tanto bastava.
Não sendo nostalgia o que sentimos, há aqui uma sensação de perda de algo que não foi substituído por outra coisa melhor, ou pelo menos substancialmente melhor. Terá sido esta perda inevitável e continuará? Infelizmente pensamos que sim, que a nossa decadência é inelutável.
Será de começar pela geografia física e humana para a justificar. O Alto Minho é um terreno acidentado, tem uma estrutura fundiária imprópria, um clima péssimo. As suas gentes são individualistas, extasiam-se com tudo o que vêm pelos seus olhos. Aqui parece que tudo sobra e na realidade tudo falta.
Durante séculos pensamos que tudo estaria bem se tivéssemos mais um metro de terra para trabalhar que o vizinho. A terra era boa, a água abundante, a natureza pródiga. Esta forma de felicidade está em definitivo terminada, que não há muito tempo assim era.
Mesmo quando tínhamos bastante mais que os outros, nunca foi suficiente, embora nos julgássemos ricos, que só o éramos à custa da pobreza extrema dos outros. Mas, maugrado muitas fomes havidas antes, o dramático a nível da manutenção desta vida rural terá começado nos últimos quarenta anos.
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