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A reacção primária foi de que já não chega estes que por cá andam que ainda estão a chamar mais chineses para nos explorar, aceitando de bom grado que esta situação de fracos salários se mantenha, que os nossos sindicatos são um atraso.
Mas uma reacção primária é o que é, tem de ser interpretada, que não lida simplesmente à letra. A atitude do Ministro está correcta, porque verdadeira, em relação à maioria dos nossos trabalhadores, e a atitude dos sindicatos, sempre prontos a entrar e a fomentar o choradinho nacional, é despropositada e infeliz.
Mais do que responsáveis pelos baixos salários, que directamente não são, os sindicatos são também os responsáveis pela discrepância existente no leque salarial português.
As Centrais Sindicais não funcionam como espaços solidários, incentivam pelo contrário os comportamentos mais egoístas. As Centrais Sindicais apoiam aqueles que conseguiram ultrapassar a média europeia e marginalizam os outros, sem espaço mediático para ter voz, aqueles que são atacados por todos à custa da falta de produtividade, de que são os menos culpados.
As Centrais Sindicais são sacos de lagartos, irresponsáveis, que se limitam a aproveitar os ventos, que andam sem rei nem roque. Cada um puxa para seu lado e aquele que mais consegue abocanhar é o melhor. Os outros que tratem da vida, que à falta de poder reivindicativo, vão à sopa dos pobres.
Quem diria a 25 de Abril que os grandes protagonistas do sindicalismo português seriam hoje juízes, médicos, professores, enfermeiros, oficiais de justiça, inspectores de finanças (estes que temos).
Os Órgãos do Estado, ocupados por tanta gente destas Ordens colaboram com as Irmandades de que são provenientes e delapidam a seu favor os bens postos ao seu cuidado.Os empregados do comércio, dos têxteis, do calçado, da cablagem, da construção civil, até mesmo os bancários, e até engenheiros e outros trabalhadores manuais ou técnicos ligados à manufactura foram relegados para a subalternidade sindical, uma espécie de parasitas indignos de receberam qualquer coisa que se pareça com aqueles gabirus, que em altos poleiros lidam nas suas cabeças com valores muito mais elevados.
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