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Sócrates sobe nas sondagens e os analistas procuram justificações. Como convém justificações difíceis, argumentos complexos, à altura do feito.
Parece-nos ser esse o caminho errado. Sócrates sabe que sobe com a franja flutuante do eleitorado, ao alcance do qual são as razões mais simples que estão mais perto.
Cingindo-nos a quem desempenhou o seu actual cargo após o 25 de Abril constatamos que tivemos nos primeiros tempos personagens heróicos, mas que nos últimos vinte anos a política assumiu outros contornos e o carácter exigido aos nossos primeiro ministros alterou-se.
Não correspondendo às exigências da nova situação, invariavelmente sentiram-se atolados no pântano da política nacional, sem estratégia para o ultrapassar, ambicionando antes um papel na política internacional, aparentemente mais limpa e higiénica que a nacional.
Tão reles e mesquinha é a nossa que Cavaco saiu cansado e só o não vimos a querer um papel lá fora porque, manifestamente, a ele lhe falta o cosmopolitismo quase idiossincrático para todo o português.
Quem, sendo de um País que tanto lutou e ganhou com as especiarias da Índia, não pode ter a parolice de expressar publicamente a sua rejeição aos condimentos da cozinha indiana, que quem repudia a mesa está a ofender quem o convida. A mesma ingratidão afinal de Daniel Campelo que tanto beneficiou do queijo e agora veio dizer que não gosta de flamengo.
O mais caricato é que, não tendo capacidade para exercer um papel relevante na política externa, o vamos ter estes anos próximos a fazer contas em Belém. Não se livrou de nós nem nós dele, livrar-se-ia ele dos dele!
Já Guterres, se saiu pela porta pequena, se desprezou os portugueses, demitiu-se da direcção do seu partido mas não da Internacional Socialista, afinal o poleiro que lhe permitiu o salto em tempo oportuno.
Barroso logo que lhe acenaram com a Comunidade disparou sem aquecer o lugar, que logo era tarde e lá pode continuar a manter o seu ar altivo, que mesmo para porta-voz a postura não lhe fica mal.
Ao Santana Lopes os amigos encarregaram-se de o livrar deste martírio que é governar e ele já não é deste tempo pouco dado a romantismos e passerelles.
Porque será que Sócrates resiste e se impõe num terreno lamacento?
(continua)
Parece-nos ser esse o caminho errado. Sócrates sabe que sobe com a franja flutuante do eleitorado, ao alcance do qual são as razões mais simples que estão mais perto.
Cingindo-nos a quem desempenhou o seu actual cargo após o 25 de Abril constatamos que tivemos nos primeiros tempos personagens heróicos, mas que nos últimos vinte anos a política assumiu outros contornos e o carácter exigido aos nossos primeiro ministros alterou-se.
Não correspondendo às exigências da nova situação, invariavelmente sentiram-se atolados no pântano da política nacional, sem estratégia para o ultrapassar, ambicionando antes um papel na política internacional, aparentemente mais limpa e higiénica que a nacional.
Tão reles e mesquinha é a nossa que Cavaco saiu cansado e só o não vimos a querer um papel lá fora porque, manifestamente, a ele lhe falta o cosmopolitismo quase idiossincrático para todo o português.
Quem, sendo de um País que tanto lutou e ganhou com as especiarias da Índia, não pode ter a parolice de expressar publicamente a sua rejeição aos condimentos da cozinha indiana, que quem repudia a mesa está a ofender quem o convida. A mesma ingratidão afinal de Daniel Campelo que tanto beneficiou do queijo e agora veio dizer que não gosta de flamengo.
O mais caricato é que, não tendo capacidade para exercer um papel relevante na política externa, o vamos ter estes anos próximos a fazer contas em Belém. Não se livrou de nós nem nós dele, livrar-se-ia ele dos dele!
Já Guterres, se saiu pela porta pequena, se desprezou os portugueses, demitiu-se da direcção do seu partido mas não da Internacional Socialista, afinal o poleiro que lhe permitiu o salto em tempo oportuno.
Barroso logo que lhe acenaram com a Comunidade disparou sem aquecer o lugar, que logo era tarde e lá pode continuar a manter o seu ar altivo, que mesmo para porta-voz a postura não lhe fica mal.
Ao Santana Lopes os amigos encarregaram-se de o livrar deste martírio que é governar e ele já não é deste tempo pouco dado a romantismos e passerelles.
Porque será que Sócrates resiste e se impõe num terreno lamacento?
(continua)
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