09 julho 2007

As minudências como base de uma campanha política

Quando pressuporíamos estar a discutir que funcionalismo público queremos, que estruturas devem suportar as actividades essenciais do Estado, que meios humanos e de que maneira o Estado deve recorrer a eles para executar as funções a que se propõe, vai daí os sindicatos, directa ou indirectamente comandados pelo Partido Comunista, saltam a defender a estagnação e o imobilismo. Nada a opor.
O Execrável, para animar um pouco as suas hostes, puxa de um assobio e apita a todo o contacto físico, qual árbitro novato que ainda não tem a noção do que anda a fazer. Ora este já é uma carraça velha e a única justificação é já estar caquéctico.
Os apoiantes socialistas parecem vacilar, dada a aparente indiferença com que José Sócrates os tem tratado, na sua postura de se dirigir preferencialmente a todo o povo e de por à frente de tudo os interesses nacionais. Muitos já gostariam que o apoio à política socialista se volatilizasse.
Claro que se formos analisar friamente a actuação do executivo só em 50 % estaremos em consonância absoluta com as suas medidas, mas os outros 50 % serão bem compensados porque a alternativa Execrável de certo que só conseguiria, na melhor das hipóteses, uns míseros 10 % do meu apoio.
A social-democracia só perde em apresentar este irresponsável, incapaz sequer de atingir os tempos áureos de manobrador ao serviço do cavaquismo que haveria um dia de saturar o próprio Cavaco Silva.
Mas os apaniguados deste repelente animal político, a que chamamos o Execrável, vêm dizer que está em causa a Liberdade e outros Valores Superiores, quando tão só estão em causa uns tachos de uns tantos que passam a sua vida de funcionários públicos a fazer politica da mais ordinária.
É um triste sinal da incapacidade intelectual, da baixeza moral, do esquecimento do passado, de desrespeito pelos humilhados no antigo regime, confundir interesses mesquinhos de pessoas avulsas, sem valor, sem elevação e a quem ninguém tirou qualquer meio de subsistência.
Por mais que se possa atribuir a erro certos procedimentos, os valores que eles eventualmente possam atingir são tão irrisórios e irrelevantes que quem se põe na sua defesa revela um carácter mesquinho, antes se preocupasse com aqueles que perdem um emprego efectivo.
A alma destes críticos do governo está prenhe de interesses vis, da impunidade em que sempre tem vegetado, da avidez de não olhar a meios para passar por cima de outros bem mais capazes, mas que não possuem ou não se aproveitam do seu cartão partidário.
Critiquem a politica de saúde, discutam a politica de ensino, ponham em causa a política de transporte, ataquem a politica agrícola, de pescas, de turismo, todas as outras e mais algumas que se possam identificar, mas, por favor, com estas minudências não.
Não se trata aqui de calar, mas de dar somente a importância relativa que estas coisas têm. Não servem de base honesta a qualquer campanha política. Não põem em causa qualquer política do governo.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana