24 março 2010

Um candidato sanguinário

O candidato a candidato do PSD ao cargo de Primeiro-ministro Passos Coelho revela todo o seu populismo na posição que toma em relação ao problema da justiça. Não tendo qualquer ideia a apresentar vira-se para o Procurador-geral da Republica, pretendendo apresentá-lo como a fonte de todos os males. Se há aí alguma verdade será um resquício apenas. No Universo da justiça a sua contribuição para a ineficiência será residual.
Passos Coelho, quando inquerido sobre os graves problemas da justiça, só tem como resposta a demissão do Procurador-geral. Mesmo que tivesse razão seria pouco, mas além disso seria uma grande justiça que se praticaria, seria um gesto gratuito e persecutório.
O populismo reside em que este candidato pretende ver uma ligação deste Procurador com o Primeiro-ministro, acusa-o de favorecimento indevido, sem que mostre qualquer procedimento que tenha sido tomado nesse sentido, qualquer fuga aos preceitos legais que se deveriam aplicar à intervenção que ele teve numa tentativa de um sector judicial avançar com uma queixa contra Sócrates. Passos Coelho está isolado com a sua opinião precipitada mas dá-lhe jeito afrontar desta maneira Sócrates.
O populismo paga-se caro. Ao querer dizer que os problemas da justiça se resumem à interpretação de um caso é falta de honestidade intelectual e um grave erro que pode trazer consequências nefastas se alguma vez esse senhor vier a conseguir os seus objectivos. Uma pessoa que pretende dar um ar de ser capaz de tomar decisões, que não tem medo de usar o poder que lhe pode cair nas mãos quer decerto agradar aos seus correligionários sedentos de sangue, desesperados com tanto tempo de afastamento do poder.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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