02 março 2010

A escolha do melhor guerreiro

Três candidatos fortes à liderança do P.S:D., três opções distintas? Cada uma vai ter bastante trabalho em demonstrá-lo. Mais liberalismo, menos social-democracia, mais apoio à actividade económica, menos intervencionismo, mais assistencialismo, menos distribuição, mais ou menos, vai ser difícil estabelecer linhas claras de demarcação. Em princípio eu colocaria da direita para a esquerda Paulo Rangel, Passos Coelho, Aguiar Branco, mas arrisco-me a ser desmentido pelos acontecimentos.
Para se ser líder do P.S.D. tem que se agradar em primeiro lugar aos seus membros, de que não é sequer de destacar barões ou duques, mas tão só linhas políticas que se querem mostrar umas mais aptas do que outras em ganhar e ascender ao poder. As diferenças programáticas são para eles quase irrelevantes, todos se perfilharão atrás de quem ganhar. O caso Santana Lopes foi excepcional na medida em que lhe saiu ao caminho o contratorpedeiro Cavaco Silva com pretensões a candidato presidencial.
Passos Coelho está a criar alguns anticorpos entre Jardineiros e Cavaquistas, mas se ganhasse seria decerto apoiado pela larga maioria do partido. O que vai condicionar a escolha do P.S.D. é porém o arreganho com que cada um se atirar ao partido do governo. Aguiar Branco já se apercebeu disso, foi o que entrou com mais leveza, mas carregou agora nas tintas e já propôs até uma moção de censura ao governo, não com base em qualquer má gestão, mas tão só num hipotético resultado duma comissão de inquérito.
O P.S.D. votará em quem lhe prometer uma vitória para ontem. Daqui para a frente o que se espera é o agravamento do acinte com que os candidatos vão atacar José Sócrates, pela procura de novos factos que possam ajudar a denegrir a imagem do Primeiro-Ministro. Porque aquilo que mais preocupa o P.S.D., a começar por Ferreira Leite, é aquela imagem moderna, descomplexada, de homem livre que se vê em José Sócrates.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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