27 junho 2009

A alguém chega mudar de atitude?

Na política fica-se muitas vezes refém do passado. Nem seria necessário cometer erros gritantes, ter confrontos dilacerantes, assumir compromissos que nos prendam. Há distanciamentos que se criam, caminhos que se dispersam, afectos que se perdem, identificações que se revelam artificiais. Às vezes até a simples rotina se torna paralisante. Tornou-se imperiosa “dar um murro na mesa”.
Qualquer gestor pode chegar a um dia em que concluiu que não está no lugar certo, que não era aquilo de que ele gostava. Enfim todos nós gostamos de um dia mudar de vida só que nem a todos isso é facultado. Eu sei que há muitos anos a maioria de nós era lavrador e nas suas expectativas não entrava qualquer mudança de vida, mas essa maioria também já abandonou essa grilheta. Porém outras se vão criando na inevitável repartição do trabalho.
Afinal dentro da espessa classe política profissional que se formou no pós 25 de Abril o tédio é um mal bem menor do que aquele de que sofrem os inadaptados numa sociedade de descarte tão repentino como esta. Contrariamente a esses políticos, um qualquer profissional nem precisa de falhar na sua actividade para ver o seu futuro em risco, quer mude de temperamento, de parceiros ou de ideologia.
Um político, mesmo falhando, atribui as culpas a outros e a circunstâncias adversas e andando um tempo por aí com rendimento garantido sem ser mínimo acaba por só ter que mudar de atitude para que outras portas se lhe abram. A um político exige-se que, de vez em quando, mude de imagem. Aos outros exige-se resignação.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana