(Continuação)
A década de sessenta, com todas as alterações que num curto espaço de tempo ocorreram, constituiu o princípio do fim de um modo de vida que durante séculos se manteve de forma consistente e com uma certa estabilidade.
Os factos mais determinantes foram a guerra colonial, a emigração para a Europa, em especial para França e a mecanização da agricultura. Outros há que um pouco consequência destes, vieram também a ter um papel no despoletamento de outros aspectos da mudança.
Podemos dizer que neste aspecto a guerra colonial consistiu apenas no despojamento de dois a três dos mais valiosos anos de vida da juventude, já que a mortandade e as feridas, pela sua influência na população local, não pesaram significativamente.
Contrariamente a esta opinião, aconteceu que, principalmente a parte desta juventude mais ruralizada, pelo contacto com outras realidades, mais do que ter aberto os olhos para o mundo, criou o desejo de procurar outros modos de vida.
Foi esta a razão pela qual em muitos casos a emigração era imediata após o cumprimento do serviço militar, de forma clandestina ou não. Os objectivos foram sempre os de manter os laços com Portugal e essencialmente com o meio de que eram originários, que aqui a terra tem uma importância primordial.
Já a ilusão de um dia voltar bem sucedido que norteava a emigração para o Brasil raramente se concretizava, poucos eram os torna-viagem. Esta nova emigração para a Europa pressupôs com muito mais realismo um regresso definitivo e a tempo de prosseguir cá uma parte significativa da vida activa.
E se é verdade que a maioria foi protelando o seu regresso, foram comprando terras e construindo moradias, nas quais ficavam muitas vezes as suas mulheres e o resto da família.
Contribuíram assim para a revitalização da agricultura, que se foi mecanizando e beneficiando de uma procura crescente que a guerra, a construção e algum progresso industrial foram dinamizando.
(Continua)
A década de sessenta, com todas as alterações que num curto espaço de tempo ocorreram, constituiu o princípio do fim de um modo de vida que durante séculos se manteve de forma consistente e com uma certa estabilidade.
Os factos mais determinantes foram a guerra colonial, a emigração para a Europa, em especial para França e a mecanização da agricultura. Outros há que um pouco consequência destes, vieram também a ter um papel no despoletamento de outros aspectos da mudança.
Podemos dizer que neste aspecto a guerra colonial consistiu apenas no despojamento de dois a três dos mais valiosos anos de vida da juventude, já que a mortandade e as feridas, pela sua influência na população local, não pesaram significativamente.
Contrariamente a esta opinião, aconteceu que, principalmente a parte desta juventude mais ruralizada, pelo contacto com outras realidades, mais do que ter aberto os olhos para o mundo, criou o desejo de procurar outros modos de vida.
Foi esta a razão pela qual em muitos casos a emigração era imediata após o cumprimento do serviço militar, de forma clandestina ou não. Os objectivos foram sempre os de manter os laços com Portugal e essencialmente com o meio de que eram originários, que aqui a terra tem uma importância primordial.
Já a ilusão de um dia voltar bem sucedido que norteava a emigração para o Brasil raramente se concretizava, poucos eram os torna-viagem. Esta nova emigração para a Europa pressupôs com muito mais realismo um regresso definitivo e a tempo de prosseguir cá uma parte significativa da vida activa.
E se é verdade que a maioria foi protelando o seu regresso, foram comprando terras e construindo moradias, nas quais ficavam muitas vezes as suas mulheres e o resto da família.
Contribuíram assim para a revitalização da agricultura, que se foi mecanizando e beneficiando de uma procura crescente que a guerra, a construção e algum progresso industrial foram dinamizando.
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