01 novembro 2007

O património reclamado por quem “andou por aí”

Há quem, depois de escorraçado da “loja”, ainda faça uma afirmação peremptória de que vai continuar a “andar por aí”, só porque se acha herdeiro de ideias partilhadas, mas de que ele se arroga o direito de interpretar.
Nada mais fácil de seguir do que as ideias dos mortos. De entre espírito e letra do legado dos defuntos deixar-nos-ão sempre algo a que nos podemos associar, independentemente de os contextos e as circunstâncias serem diferentes e da prática ter de ser outra.
Não falta pois quem, à falta de ideias próprias, se aproprie dessas. E se elas tiverem passado por um processo dramático para serem postas em prática tanto melhor. E nada mais apelativo que colocar emoção bastante na evocação, mais ou menos a propósito, de fugazes ligações ao autor.
À falta de herdeiro legítimo, facilmente nos associamos àqueles que reclamam uma herança heróica, para a qual estão prontos a arranjar milhentas testemunhas a confirmar o legado, prontas a manter vigilância à porta e ao ferrolho, a serem seus fiéis depositários.
A herança de Sá Carneiro tem para Santana Lopes este significado. Mas não passará de uma simples tentativa de sonegação da propriedade dos seus legítimos herdeiros?
Até não seria descabido que, perante a apatia de todos esses possíveis herdeiros, a herança não tenha já sido apropriada por gente estranha ao próprio P.S.D. Filipe Meneses vai ter um vigilante para uma herança sem dono.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana