12 novembro 2009

A esquerda está sem atitude, a direita está expectante

A crise financeira de 2008 pôs a descoberto um mundo de que se falava, sobre o qual se especulava, mas que afinal se desconhecia e cuja falta de valores, de princípios surpreendeu toda a gente. Os financeiros exageraram na mobilidade que quiseram dar ao dinheiro, aplicaram-no em bens de valor duvidoso, mas o seu grande objectivo era retirar nessas movimentações algum proveito para si.
A esquerda europeia, no poder ou na oposição, não soube retirar dividendos deste comportamento irresponsável da direita liberal. No caso português tínhamos a nossa crise interna, que, se estava em fase de solução, não deixou tempo para que se comprovasse tal facto. E perante esta sucessão de crises, a esquerda portuguesa permanece com uma posição fossilizada, como se nada tivesse mudado.
Há uma incapacidade de pensar o futuro que não seja pela recuperação dos procedimentos que foram postos em causa nesta crise financeira. A esquerda no poder sente-se impotente, senão para unir os cacos, para mudar a política, a esquerda na oposição mantém o seu discurso de que afinal é necessário estilhaçar muito mais, tudo, para possibilitar que se pense o futuro doutra maneira, para tornar viável outra política.
Tanta irresponsabilidade da esquerda vai levar a entregar o pouco poder que ainda detém à direita, possivelmente quando não houver dinheiro para pagar os rendimentos sociais de inserção, os benefícios sociais que, mesmo assim, a esquerda tem aumentado sobremaneira. A direita ataca só o RSI, mas mantém todas as suas outras ideias de reduzir benefícios e de entregar a segurança social a privados. Incompreensivelmente a população continua a colocar a hipótese de apoiar essa direita.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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