27 novembro 2009

Deixamo-nos ir ao sabor da … vida

Nós vogamos ao sabor da vida, com os olhos fora da água, pensamos nós. Por vezes o nevoeiro é tanto que dúvidas se levantam se levamos ou não os olhos dentro de água. A percepção da realidade por muitos de nós é estranhamente idêntica mas suficientemente enigmática para que a possamos usar para nos entendermos.
Nós podemos prezar muitas coisas na vida. É natural que com a idade essas coisas se vão alterando. No entanto a sociedade moderna, na sua ânsia de parametrizar tudo, de ter padrões pelos quais cada qual possa aferir o seu próprio cumprimento dentro dos valores de referência, passou há uns tempos atrás a ter no nível de vida o seu parâmetro mais valioso.
A nossa percepção individual do nível de vida mediano, e do valor relativo do nosso em relação a esse, depende também do nosso percurso de vida. Incompreensivelmente quase todos, estejam abaixo ou acima desse nível médio de vida, reclamam um aumento do nível de vida, quase como náufragos que estão em igualdade de circunstâncias e cuja cabeça submerge simultaneamente acima do nível da água que representa a vida.
Esta maneira de abordar esta aproximação do homem ao nível de vida mediano leva a que não consigamos saber com objectividade quais as diferenças existentes, quanto a expectativas e possibilidades. Mais uma vez nada fazemos por nos entendermos porque aparentemente comportamo-nos como se já todos estivéssemos de acordo e isso é falso.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana