Na política fica-se muitas vezes refém do passado. Nem seria necessário cometer erros gritantes, ter confrontos dilacerantes, assumir compromissos que nos prendam. Há distanciamentos que se criam, caminhos que se dispersam, afectos que se perdem, identificações que se revelam artificiais. Às vezes até a simples rotina se torna paralisante. Tornou-se imperiosa “dar um murro na mesa”.
Qualquer gestor pode chegar a um dia em que concluiu que não está no lugar certo, que não era aquilo de que ele gostava. Enfim todos nós gostamos de um dia mudar de vida só que nem a todos isso é facultado. Eu sei que há muitos anos a maioria de nós era lavrador e nas suas expectativas não entrava qualquer mudança de vida, mas essa maioria também já abandonou essa grilheta. Porém outras se vão criando na inevitável repartição do trabalho.
Afinal dentro da espessa classe política profissional que se formou no pós 25 de Abril o tédio é um mal bem menor do que aquele de que sofrem os inadaptados numa sociedade de descarte tão repentino como esta. Contrariamente a esses políticos, um qualquer profissional nem precisa de falhar na sua actividade para ver o seu futuro em risco, quer mude de temperamento, de parceiros ou de ideologia.
Um político, mesmo falhando, atribui as culpas a outros e a circunstâncias adversas e andando um tempo por aí com rendimento garantido sem ser mínimo acaba por só ter que mudar de atitude para que outras portas se lhe abram. A um político exige-se que, de vez em quando, mude de imagem. Aos outros exige-se resignação.
Qualquer gestor pode chegar a um dia em que concluiu que não está no lugar certo, que não era aquilo de que ele gostava. Enfim todos nós gostamos de um dia mudar de vida só que nem a todos isso é facultado. Eu sei que há muitos anos a maioria de nós era lavrador e nas suas expectativas não entrava qualquer mudança de vida, mas essa maioria também já abandonou essa grilheta. Porém outras se vão criando na inevitável repartição do trabalho.
Afinal dentro da espessa classe política profissional que se formou no pós 25 de Abril o tédio é um mal bem menor do que aquele de que sofrem os inadaptados numa sociedade de descarte tão repentino como esta. Contrariamente a esses políticos, um qualquer profissional nem precisa de falhar na sua actividade para ver o seu futuro em risco, quer mude de temperamento, de parceiros ou de ideologia.
Um político, mesmo falhando, atribui as culpas a outros e a circunstâncias adversas e andando um tempo por aí com rendimento garantido sem ser mínimo acaba por só ter que mudar de atitude para que outras portas se lhe abram. A um político exige-se que, de vez em quando, mude de imagem. Aos outros exige-se resignação.
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