30 janeiro 2009

Entrevista a Jonny Pedraça, putativo candidato à Câmara Municipal de Ponte de Lima

Trigalfa – Na Praça do Zarolho tem-no como putativo candidato à C M P Lima.
Jonny Pedraça – Em primeiro lugar cuidado lá com o putativo, que eu não me ando a oferecer aí pelas esquinas. Sei o que valho e tenho amigos no Governo.
Trigalfa – Não acha que se esse tipo de amigos chegasse o Tony Martinez não teria já metido na Câmara um correligionário qualquer?
Jonny Pedraça – Eu falei do Governo para dizer que era um convite sério. Para o resto estou cá eu. Sou muito conhecido, já dei muitas voltas com os rapazes dos Limianos. Também por essa razão queria dar umas voltas nos jipes dos Bombeiros que são bem vistosos.
Trigalfa – Então é candidato aos Bombeiros e não à Câmara?
Jonny Pedraça – A Câmara é para o Campestre. A única coisa mal no seu já longo mandato é que daqui a pouco não deixa um lugar decente para a sua estátua. Eu gosto muito da Vaca das Cordas mas ficava melhor no Arrabalde.
Trigalfa – Quer dizer que como bom cidadão, tendo suado a sirene nos Bombeiros, está pronto a avançar contra todas as labaredas ou quer ir inaugurar o novo quartel dos Bombeiros?
Jonny Pedraça – Isso é uma insinuação? Não sei nada disso e duvido que haja Quartel tão cedo, se eu não for para lá.
Trigalfa – Acha que lhe vão dar agora de mão beijada uma direcção tão apetecida com a garantia de que se vai fazer um novo Quartel?
Jonny Pedraça – Só sei que tenho os meus soldados sempre prontos a avançar. Os Bombeiros acreditam em mim. E se me faltam alguns nomes para a lista dou uma volta pelo Largo do Zarolho e já componho a fotografia. Eles disseram que não iam a votos, não vão agora mudar de rumo.
Trigalfa – Então está mesmo disponível e não se trata de apoiar o Campestre para a Câmara em troca dum apoio deste à sua candidatura a Bombeiro-Mor?
Jonny Pedraça – Para mim tudo é transparente. Votarei nele porque ele é honesto, bom gestor, excelente presidente, com equipa ganhadora. Um ou dois estão lá a mais, mas eu também não me vou oferecer para tudo. Para isso ofereço-me ao meu partido.
Trigalfa – Não refere que partido é esse por ter vergonha ou por não ter as cotas pagas?
Jonny Pedraça – Conheço um amigo meu que anda aí a dizer que é do CDS e nunca esteve inscrito. Eu pelo menos paguei algumas cotas.
Trigalfa – Na Santa Casa da Misericórdia e na Irmandade de Santo António quem não paga cotas é expulso e não pode ser readmitido.
Jonny Pedraça – Estou pronto a ajudar o partido, mas não agora, a crise chega a todos. Já fui líder concelhio e tenho estatuto. Só pago cotas quando voltar.
Trigalfa – Se não refere sequer o partido que estatuto é esse?
Jonny Pedraça – Sou um homem livre para apoiar o Campestre. Estou na posse de todos os meus direitos para ser candidato a Presidente da Direcção dos Bombeiros. Tenho as cotas em dia, até porque aquele Manel é um chato, que deixa um homem ficar mal em qualquer sítio. Não tenho culpa que o partido não tenha um cobrador assim.
Trigalfa – Então para terminar, acha que um político se faz com uns fogachos, um desfile na procissão das Feiras Novas e outro nas marchas de S. João? Acha que os votos dos amigos chegam?
Jonny Pedraça – Eu sou muito querido por todos os meus amigos e não confundo as coisas. Mas os amigos apoiam-me em todas as condições.
Trigalfa – Não acha que lhe pode acontecer como ao Jonny Barrios na candidatura à direcção da Adega? Está preparado para a ingratidão.
Jonny Pedraça – Br, br, br, … … …

29 janeiro 2009

Trigalfa vai fazer uma série de intrevistas a putativos e não putativos candidatos à Câmara Municipal de Ponte de Lima. Algumas escolhas já estão feitas, há quem se mexa para aparecer e posicionar-se em condições de vir a ser escolhido, mas também há muita indefinição.
Aproveitamos a ocasião para conhecer melhor os candidatos, os seus pontos fortes e fracos, as sua fortalezas e fragilidades. Não está posto de lado o recurso a novas intrevistas para esclarecimentos adicionais, nem sequer intrevistas a pessoas laterais a este processo, mas cuja intervenção pública é conhecida e politicamente relevante.
Claro que esta série de intrevista vai começar com Jonny Pedraça, primeiro herói a sugerir, mas, de forma no mínimo estranha, a não avançar com a sua candidatura. E tanto precisados estamos de gente dinâmica, que nos faça sair deste marasmo.

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana